quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

AZERBAIJÃO - PAÍS AUTÊNTICO


A Z E R B A I J Ã O 


Estive de férias no Azerbaijão!! Isso mesmo - Azerbaijão!
Até à partida muita gente me interrogou o que iria eu fazer no Azerbaijão e muita gente me assustou com perguntas como "Como vão os preparativos para o Afeganistão?" "Quanto tempo vais ficar no Paquistão?" :D
Desde cedo procurei uma justificação para a escolha do destino e acabei por afinar muito bem uma resposta: vou à procura de um país que ainda seja autêntico. Onde ser turista ainda é uma novidade e ninguém se acotovela para ver um qualquer monumento ou beleza natural. Objectivo cumprindo. 

É um país de contrastes, com uma capital que é uma mistura entre Paris e o Dubai, e com todo o restante país (que visitei) ainda preso na era soviética. Autoestradas que não se podem chamar como tal, cidades confusas, paisagens de cortar a respiração e um parque automóvel que nos leva para outros tempos. 

Em Gobustan visitámos os vulcões de lama - fenómeno que ocorre quando o gás no subsolo encontra terrenos lamacentos e vem até à superfície criando pequenos vulcões que expelem lama. O melhor de tudo? Não tinha absolutamente ninguém. 




Fomos para noroeste para nos perdermos em pequenas aldeias cheias de neve, onde a atracção somos nós.

Lahic 

Lahic - oficina de cobre

 Lahic

Lahic


São aldeias remotas que ficam mais remotas nesta época do ano. Chegar foi sempre uma aventura, largamente compensada pela simpatia dos locais, com direito a convites para tomar chá em casa de quem connosco se cruzava. Recusámos sempre, com medo de estar a invadir a privacidade de um povo que não conseguimos facilmente ler. Valeu-nos um chá servido no meio da rua, da mãe de uma filha adolescente empenhada em falar inglês, com o livro da escola como apoio. Ainda assim a comunicação é quase impossível com palavras, mas nada que não nos deixe mostrar a gratidão pelos gestos desta gente. 



 Laza 

Laza

 Xinaliq

Estrada para Xinaliq

E depois há Baku, a capital. Na margem  do mar Cáspio, ergue-se uma cidade com o glamour de uma cidade europeia e o arrojo de uma cidade do médio oriente. Os turistas "finalmente" aparecem e enchem a marginal da cidade, os hotéis de cadeias internacionais e as ruas das compras. Vêem-se mercados de Natal, stands da Ferrari, táxis iguais aos de Londres e é preciso algum tempo para assimilar a miscelânea de gentes e sons. 











O país está plantado em cima de petróleo e gás. Nos arredores de Baku as torres de extracção de petróleo são tantas e repetem-se por tantos quilómetros que facilmente cada habitante tem uma no seu jardim. E depois ainda há o gás natural. Bem perto de Baku encontramos um aquecedor natural, a gás, gigante. Alguém se lembrou de chegar um fosforo a este barranco, nos anos 50, e arde até hoje.



A comidinha é uma delicia, a preços ainda mais deliciosos. O kebab é rei, mas encontram-se muitas outras iguarias.


Se vale a pena visitar o Azerbaijão? Vale, em toda a linha, para quem vai à procura de experiências e contactos genuínos. :D