É uma década de revelações. Dez longos anos em que a vida de
uma mulher se transforma e a maneira como nos vemos e os outros nos vêem muda. Percebemos
que afinal não seremos adolescentes para sempre, apesar da menina que há dentro
de nós ter dificuldades em assimilar como chegámos aqui. Havia a forte sensação
de que nunca seriamos dos “grandes”!
Aos trinta estamos no auge da nossa juventude e aos
quarenta somos maduras. Implica que tenhamos já filhos, uma carreira de sucesso
e um carro que o prove. Felizmente a vida nem sempre é assim tão quadrada.
Muitas conhecem o que é ser mãe e adaptam-se às novas
exigências de ter outras vidas a seu cargo. O parto, as noites mal dormidas, a
recuperação do peso trazem a certeza de que não vamos para novas e que talvez
seja melhor fazermos qualquer coisa por nós próprias...assim que o bebé deixar.
Algumas percebem que estiveram tempo demais ao lado do homem
errado e com trinta e tal são mais que senhoras do seu nariz para dizer basta,
pegar nas rédeas da vida e ir ser feliz para outro lado. Continuamos a chorar
da mesma maneira, mas limpamos as lágrimas antes que escorram pela cara e nos
sequem a pele.
Aos trinta limpamos a nossa própria casa e aos quarenta já
percebemos que não queremos perder tempo e temos mulher-a-dias. O
tempo passa a ser um bem escasso, é gasto no prazer de beber um copo com os
amigos, de dar uma volta pela praia em família, passar o sábado a ler entre a cama e o
sofá.
Começamos a ir ao ginásio aos trinta porque está na moda, aos 30 e muitos voltamos a treinar porque os anos não perdoam e mais vale prevenir.
Começamos a ir ao ginásio aos trinta porque está na moda, aos 30 e muitos voltamos a treinar porque os anos não perdoam e mais vale prevenir.
Aos trinta começamos a usar um creme hidratante anti-rugas,
e ao longo dos anos vamos acrescentando cremes específicos para cada zona: os
olhos, o pescoço, os pés, a barriga. Os resultados são duvidosos mas queremos acreditar.
Aos quarenta perguntamos sem pudor
aquilo que não sabemos, quando aos trinta sabíamos tudo. É a conquista da liberdade intelectual – sei muita
coisa, não sei tudo nem quero saber, sou é capaz de encontrar as respostas
quando preciso delas!
Aos trinta e tal (se os genes nos favorecerem) começamos a
contar cabelos brancos com as amigas até chegar o dia em que temos mesmo que os
esconder. Não é um drama. Até aproveitamos para fazer uma renovação justificada do visual.
Com alguma sabedoria ficamos ainda mais novas e os elogios vão chegar.
Os 35 são o momento delicado em que sabemos que nunca mais
teremos 30 e poucos!
A grande revelação é aprendermos a gostar de nós próprias com
a mistura única dos nossos defeitos e virtudes. Conseguirmos transformar
algumas das nossas fraquezas em forças, que sempre acreditámos não ter. Viver
os dias com aquela intensidade de quem sabe que virão os quarentas e ainda há
muito dos 30 para ver. Aproveitar
os jantares com as amigas porque agora é “O” jantar e não mais um jantar. Ter
do nosso lado os que mais interessam, os que mais nos dão e não querer saber quantos escrevem no nosso mural do facebook no aniversário.
O nosso corpo passa a ser uma casa de que gostamos, sabendo
que não é perfeito (e continuando a querer que melhore), mas gostamos dele e
acreditamos que é uma arma a ter em conta! Tratamos dele com carinho, em vez de
lhe gritarmos que não era “ele” que queríamos como companheiro para a vida.
Descobrimos que tem muitos pontos fortes, aproveitamos, mas nenhum é maior que
a nossa atitude. Aquela atitude de mulher que sabe onde pisa, que não treme ao
entrar numa sala cheia de olhares, que sabe dizer o que interessa quando
interessa. Ah, aprendemos a arte valiosa do silêncio…
Temos experiência suficiente para relativizar as situações.
Não vamos sofrer de amor como nos 20 (ou vamos), não vamos valorizar o que os
outros dizem como nos 30. Sabemos que conseguimos sobreviver às calamidades da
vida, às curvas apertadas, aos embates de frente.
Chega a sabedoria doce e calma. Estamos no meio de qualquer
coisa boa. Estamos no ponto mais alto de uma ponte em arco, onde podemos
desfrutar de tudo o que nos trouxe até ali, onde vemos o caminho por onde
viemos e vislumbramos o que ainda aí vem!
Let´s be
totally happy... aos 30 ou aos 40!
Muito bom!! Eu nos meus recém chegados 35, subscrevo na totalidade.
ResponderEliminarNão diria melhor ! :)
EliminarNão diria melhor ! :)
EliminarTodas passamos por lá! Ainda bem que se revêem!
EliminarTao verdade minha Srarzinha❤
ResponderEliminarEstamos no auge e cá estaremos por um bom tempo! <3 <3
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